quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Amizade...???

A quem podemos de fato chamar de amigos?

Na verdade, as pessoas classificam suas amizades de formas bem distintas umas das outras. Algumas dizem ter centenas de amigos, enquanto outras afirmam que não possuem amigo algum em quem possam confiar. Sendo assim, vou dizer aqui o MEU ponto de vista sobre o que é ser amigo.
A amizade é uma das características interpessoais baseada fortemente no amor. Em geral, temos pelos nossos amigos o mesmo tipo de amor, de forma que apenas a intensidade varia. Mas também podemos destacar que a amizade é característica na qual se fundamente um campo de outros parâmetros interpessoais, como confiança, camaradagem e cooperação. Portanto, o amor puramente não caracteriza a amizade, embora seja o fator primordial. A amizade também pode ser descrita por esses e outros fatores. E pode acreditar, é difícil encontrar alguém que apresente altos valores em todos os fatores.
Bem, sendo assim darei minha sugestão para identificar seus amigos de verdade. Quando digo de verdade, não estou querendo dizer que as outras amizades são de mentira, mas apenas que talvez não sejam amigos para qualquer instante.
            Primeiramente, pense em todos os seus amigos. Tente pensar em todos eles ao mesmo tempo, como se estivessem em uma sala. Note que, como qualquer pensamento, as formas ficarão um pouco distorcidas. Tente dar mais nitidez a essas imagens, o máximo que conseguir.
            Certamente você não conseguiu melhorar esta nitidez para todos. Provavelmente se dedicou a determinadas pessoas quando percebeu isso. Estas podem ser talvez as mais importantes para você neste momento. Mas é importante ressaltar que as pessoas mais “nítidas” variam de acordo com o momento de sua vida. Então, não creio que sejam eles os seus maiores amigos. Creio que aqueles que sempre estão em seu pensamento, nítidos ou não, é que são. Isso porque a presença destes em seus pensamentos é intrínseca, e você os interpreta como algo que “sempre está lá”, portanto não há necessidade de dar a eles mais nitidez, pois você já tem a certeza de suas importâncias, dispensando assim qualquer tipo de tratamento mais sofisticado em suas imagens.
Confuso isso? Deixe-me exemplificar.
            Você está em um bar com amigos, e alguém lhe apresenta uma amiga (ou amigo) que você ainda não conhecia. Você simpatiza com ela, e por algum motivo, por dias seguidos, passa a alimentar esta simpatia de um modo diferente. Você passa a fazer questão da presença desta pessoa nos bares que freqüenta, passa a querer sempre conversar com ela. Talvez, até se “apaixone” por ela. Ela toma quase todo seu pensamento, em quase todos os seus dias. Sempre que acordar, pensará nela. Sempre que for fazer algo, desejará que ela esteja junto. Muitas vezes pensará: “é a pessoa mais importante de minha vida, é a razão de minha vida”. Bem, ilusões acontecem.
            Então, faça um teste simples: imagine novamente todas as pessoas importantes para você. Imagine agora que esta sua “razão de viver” suma de sua vida. Provavelmente, você sentirá uma angústia profunda, um sentimento de quem perdeu parte de seu coração. Imagine então sua vida, sem essa pessoa, anos atrás e daqui alguns anos. Pense em como era sua vida sem ela, e como será sua vida sem ela, após a ter conhecido. Então, imagine agora que você foi dormir. No dia seguinte, acorda quando ainda era bem criança, como se tivesse voltado ao passado – antes de conhecer todas as pessoas importantes da sua vida. Mas sua memória é a mesma. O que você faria? Você ficaria confuso sim, mas tentaria viver exatamente como antes? Obviamente, não conseguiria. Então, passaria a ter medo, pois vivendo diferente, talvez não consiga se aproximar de seus amigos, que a essa altura, nem sabem quem você é. É um sentimento agonizante, é como se todas as pessoas ao seu redor tivessem perdido a memória. Então você entra em parafuso. Seu dia corre de forma extremamente confusa, você dorme. Alguns dias passam e seu desespero aumenta. Você quer sua vida de volta. Você quer aquelas pessoas de volta.
            Sabe o que é curioso? Lembra daquela pessoa que era a sua “razão de viver”, o motivo de sua felicidade? Garanto que você nem pensou nela, ou pensou muito pouco. Você nem sequer perderia seu tempo tentando reconquistá-la, pois mesmo que seja dolorido imaginar sua vida sem ela, existem outras pessoas sem as quais sua vida se tornaria irreconhecível. Pessoas sem as quais você simplesmente não saberia se definir, pois elas são seu referencial. ESSAS pessoas são seus verdadeiros amigos. ESSAS pessoas é que caracterizam a sua vida. Elas não são sua razão de viver – elas são pedaços de sua vida, que não passa de um gigantesco quebra cabeça, com umas peças maiores que as outras. Algumas peças são aquelas do canto, que deixam um buraquinho, mas que você concerta com algumas gambiarras, fazendo uma peça nova. Mas algumas peças são tão grandes que, sem elas, o desenho do quebra cabeças fica irreconhecível, e você nem ao menos terá ânimos para continuar montando.

Então meus companheiros, cuidado ao determinarem com tanta certeza as pessoas (ou A pessoa) que julga ser a fonte de sua felicidade. Pode ser que você esteja dando atenção demais a peças bonitas e chamativas, mas que são apenas peças de canto, fáceis de trocar.

PS – Este texto não estava “nos meus planos”. Mas neste domingo que se passou, tive uma longa e maravilhosa conversa com uma grande “peça” de meu quebra cabeças, e esta reflexão me veio fortemente à cabeça. Carol, obrigado por me escutar, e por me dar inspiração para este texto. E obrigado à todas as peças realmente importantes de minha vida, pois nenhuma “razão de viver” que apareça em minha caminhada, será maior que vocês.

2 comentários:

  1. Tô confusa... hehe...

    Acho que você é peça do canto e do meio chamativa também... Oo

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  2. Maninho...
    Lindo texto.E posso ser sincera?Era exatamente o que eu estava precisando ler hoje(sexta-feira).
    Tenha certeza absoluta que vc é um pedaço de mim.
    Bjsss.

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