sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O melhor Reality Show do Brasil

Pessoal, estou desenvolvendo o roteiro de um novo Reality Show. Aceito sugestões, mas já bolei algumas coisas. Assim que terminar, enviarei o script às grandes emissoras de TV e ver qual delas apoia a ideia:

- Os participantes enviarão seus vídeos, a serem exibidos na fase inicial do Reality, apelidada de "Propaganda Eleitoral".

- Eles ficarão em uma casa sem forro, de um único cômodo, sem eletricidade;

- As provas semanais serão as seguintes:

1ª Semana : Todos deverão sobreviver durante uma semana usando um salário mínimo para sustentar 5 pessoas cada um. Aquele que estiver devendo menos ao fim do mês, será o vencedor da prova.

2ª Semana :  Os participantes serão injetados com um concentrado de doenças virais e deverão aguardar por tratamento na fila de um hospital público. Vencerá aquele que conseguir se manter sorridente até ser atendido. Caso algum participante venha a falecer na espera pelo atendimento, será desclassificado da competição.

3ª Semana :  Os participantes deverão dar aulas durante toda a semana em uma escola pública, recebendo para isso o equivalente semanal ao salário de um professor comum. Aqueles que apresentarem sinais de estresse serão eliminados da prova. Vence aquele que se mantiver mais tranquilo ao ser ofendido ou agredido pelos alunos.

4ª Semana : Cada participante terá o direito a uma bolsa com 50 reais, com os quais deverá sobreviver a semana inteira. Mas para isso, deverão passar com este dinheiro por uma rua deserta, sem policiamento, às 23:00hs. Aqueles que forem assaltados serão eliminados da prova. Vence quem terminar a semana com mais dinheiro.

5ª Semana : Vencerá a prova desta semana o participante que doar mais dinheiro para que um cidadão comum possa comprar roupas, contratar assessores e viajar com tudo pago para o Caribe.

6ª Semana : Durante esta semana, os participantes trabalharão como bombeiros. O vencedor será aquele que salvar mais vidas fora do turno de trabalho, sem receber hora extra.

7ª Semana : Desta vez, trabalharão como policiais militares. Serão desclassificados da competição aqueles que receberem propina (embora esta seja uma área na qual os participantes estão familiarizados, a fiscalização será rigorosa). Vence a prova aquele que voltar menos ferido de uma troca de tiros com bandidos.

8ª Semana: Os participantes passarão a semana estudando temas diversos em uma escola pública, devendo ao final desta prestar um exame para avaliação de conhecimentos. Os que não forem aprovados no teste, serão eliminados da competição. Para apimentar a prova, eles concorrerão com alunos de escolas particulares e frequentadores de cursinhos preparatórios.

Após esses dois meses intensos, aqueles que restarem na competição participarão da Grande Final: A Eleição. Os telespectadores votarão em seus favoritos, e os que forem escolhidos, ocuparão os futuros cargos políticos de nosso país.

Obviamente o texto é apenas uma sátira. O que é uma pena.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A Curiosidade matou o gato

Antes de começar, é preciso definir de que tipo de curiosidade estamos falando. Não é sobre aquela vontade de adquirir conhecimento, de entender o universo ao nosso redor. Falo sobre aquela curiosidade inútil, de querer sempre absorver informações irrelevantes.
            De cara, confesso uma coisa: acho jogos de perguntas íntimas muito chatos. É, já joguei, e até jogo às vezes. Por pura falta do que fazer, e por simples “convenção social”. Jogo da garrafa, jogo de não sei o quê... não é pelo fato de se “revelar” algumas coisas sobre sua vida, mas sim por fazer isso com a única intenção de divertir meia dúzia de pessoas para as quais você não deve satisfação. Muito mais interessante seria contar suas experiências em uma conversa de roda, de forma natural, sem aquela coisa de “agora é sua vez”. Bem, acho que já preparei meu terreno, vamos ao que interessa.
            Nossa mente possui um espaço grandioso para armazenar informações. Contudo, ele descarta aquelas que julga, por diversos fatores, desnecessárias. Motivo pelo qual não conseguimos nos lembrar de todas as 24 horas do dia anterior, mas apenas alguns fragmentos importantes e resumidos que, se somados, não passam de alguns minutos. É o que faz você esquecer praticamente toda aquela caminhada até o mercado, principalmente se ela acontece sempre. Você apenas se lembra de eventos marcantes, mas o resto se junta à memória genérica da “caminhada ao mercado”.
            Pois bem. Considere então que, em um determinado momento, você tem 2 opções: ler um jornal ou ver uma revista de fofocas. Aquilo que você escolhe é entendido pelo cérebro como prioridade. Se você valoriza mais as informações sobre a vida alheia do que algo que lhe deixe interado com o ambiente ao seu redor, seu cérebro passará a construir seus critérios de eliminação. Você não guardará bulhufas do que for dito no jornal sobre a crise econômica, que afeta diretamente os preços de tudo que você compra... mas vai lembrar direitinho de todas as peripécias amorosas daquele ator da novela que você tanto admira. O que não terá relevância nenhuma para sua vida - a menos que você faça parte dessas peripécias, obviamente.
            Claro, não precisamos ser rígidos. Não há nada de errado em saber o que seus amigos andam aprontando, ou como andam as gravações do novo álbum de seu cantor favorito. Mas quando isso se torna seu foco, sua mente desvia-se de informações práticas e passa a se empenhar no arquivamento de fatos nada práticos. Você se torna a pessoa mais bem informada sobre a vida alheia da sua roda de amigos, mas terá dificuldades de calcular o troco da padaria. Claro, posso estar exagerando um pouco, mas acho que vocês me entenderam.
            São questões totalmente anofráticas. A determinação de importância de informações através de métodos pseudo-baritílicos é errônea. Entretanto, não podemos nos deixar controlar pela paranóia infógrada de que tudo o que precisamos saber é o que precisamos usar. Sem falso moralismo, é impressática.
            Em resumo, é como aquele caso do escândalo sexual envolvendo um engenheiro norueguês que traiu sua esposa com suas 3 irmãs, e foi pego em flagrante quando tentava lavar sua camiseta suja de batom. Muitas vezes é preciso deixar de lado toda a sua ânsia de querer saber tudo sobre a vida das pessoas, ao invés disso, preocupe-se mais com aquilo que lhe traga algum aprendizado. Foque-se em entender mais as coisas que lhe parecem pouco claras, amplie seu conhecimento, ao invés de querer sempre saber daquilo que de nada lhe valerá. Um conselho: se você pesquisou no Google sobre a história do norueguês, que eu inventei, mas não se deu ao trabalho de pesquisar as quatro “palavras desconhecidas” que eu usei no parágrafo anterior para constatar que elas nem ao menos existem (sim, as inventei também, e não significam absolutamente nada. O parágrafo inteiro não faz sentido algum) bem... você está utilizando sua curiosidade da maneira errada.
Deixo com vocês uma história que gosto muito, reflitam sobre ela.

As Três Peneiras de Sócrates


Um homem foi ao encontro de Sócrates levando ao filósofo uma informação que julgava de seu interesse:

- Quero contar-te uma coisa a respeito de um amigo teu!

- Espera um momento – disse Sócrates – Antes de contar-me, quero saber se fizeste passar essa informação pelas três peneiras.

- Três peneiras? Que queres dizer?

- Vamos peneirar aquilo que quer me dizer. Devemos sempre usar as três peneiras. Se não as conheces, presta bem atenção. A primeira é a peneira da VERDADE. Tens certeza de que isso que queres dizer-me é verdade?

- Bem, foi o que ouvi outros contarem. Não sei exatamente se é verdade.

- A segunda peneira é a da BONDADE. Com certeza, deves ter passado a informação pela peneira da bondade. Ou não?

Envergonhado, o homem respondeu:

- Devo confessar que não.

- A terceira peneira é a da UTILIDADE. Pensaste bem se é útil o que vieste falar a respeito do meu amigo?

- Útil? Na verdade, não.

- Então, disse-lhe o sábio, se o que queres contar-me não é verdadeiro, nem bom, nem útil, então é melhor que o guardes apenas para ti.

“Pessoas inteligentes falam sobre idéias,
Pessoas comuns falam sobre coisas.
Pessoas medíocres falam sobre pessoas.”
Autor desconhecido

Um abraço, e lembrem-se de usar sempre as 3 peneiras.
           
            

sábado, 2 de abril de 2011

Entre sonhos e desejos

Qualquer dia desses – qualquer um, de sua vida – pare ao entardecer, largue o que estiver fazendo. Procure o lugar mais plano, ou mais alto: procure a vista mais limpa que puder. Veja o Sol se pôr. Desde o momento em que ele “toca ao chão” até o momento em que ele se “esconder atrás dele”, pense. Pense no que lhe direi agora.
Quando nascemos, nossa existência modifica a vida das pessoas à nossa volta. Nossa mente ainda carente de informação não associa e nem relaciona a nossa presença e o impacto dela sobre a realidade ao redor. Mas crescemos um pouco, aprendemos a andar e a falar, aprendemos a compreender que existimos. Quando alguém diz: “desde que eu me entendo por gente” refere-se a este momento. E é então que passamos a QUERER. Não fazemos mais apenas pela necessidade, mas também pelo desejo. Desejamos ser astronautas, super-heróis. Como é fértil a imaginação e grandiosa a capacidade de uma criança sonhar? Pois é... o adubo nos falta quando crescemos. O astronauta de nossos sonhos se torna cada vez mais fraco enquanto nossos pés ficam cada vez mais colados ao chão. Ser super-herói se torna uma missão complicada demais para quem ainda tenta descobrir como salvar a si mesmo.
A palavra SONHAR, quando significando o ato de desejar algo, é vaga. Digo vaga, pois as pessoas tornam o ato de sonhar como algo de grandeza numérica singular. “O meu sonho é comprar um carro”. E após comprar o carro, você vai fazer o quê? Seu sonho acabou? Não amigo... você nem ao menos entendeu o que é sonhar.
Querer um carro, uma casa, ou o que seja... isso é desejar. O desejo se caracteriza pela vontade (cuja intensidade varia) de se obter êxito em algo. Desejar apenas alimenta o próprio desejo, é uma bola de neve que cresce sem sair do lugar. A diferença então, entre o querer e o sonhar, bem... sejamos mais holísticos.
Você já pensou em como vai realizar seus desejos? Você já se imaginou correndo atrás daquilo que quer? Então você sonhou. Sonhar não é simplesmente querer chegar a seu objetivo; sonhar é imaginar todo o processo, todo o caminho que te leva até lá. Se você sonha em ter uma vida feliz, você imagina toda a trajetória: você se vê crescendo, tendo filhos... ou simplesmente, saindo por aí “pra ser Jesus numa moto”.
Então, se você sonha com algo, não fique aí parado. Isso é desejar. Para sonhar tem que correr atrás, pois apenas o objetivo alcançado não vai te satisfazer; você precisa olhar para trás, ver todo o longo caminho que percorreu, sentir orgulho de si mesmo e dizer “EU CONSEGUI”.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Supernova


Um bom tempo se passou, poucas palavras foram ditas por aqui... mas muitas coisas passaram pela cabeça deste que vos escreve, desde então. A vida nos ensina coisas novas a cada instante. Mas ele é uma professora não muito paciente, raramente ela nos explica algo novamente. Por isso, preste sempre atenção na aula, ela pode não se repetir, e você pode acabar perdendo uma grande oportunidade de aprender uma lição única.
Nesses tempos que estive “ausente” do blog, posso dizer que fui um “nerd da vida”. Sentei na cadeira da minha própria consciência e absorvi tudo atentamente. Poucas vezes aprendi tanto sobre mim. Aprendi que a renovação não acontece com casa nova, carro novo, emprego novo ou roupas novas. Ela acontece com atitudes antigas, mas vistas sobre óticas diferentes. Não é mudar sua forma de pensar, mas sim interpretar suas próprias idéias através de outro ponto de vista.
            Você já sentiu alguma vez que seu brilho era forte demais? Já sentiu que o que havia dentro de você se equilibrava perfeitamente com o que havia do lado de fora? Que a pressão do mundo externo não seria nunca capaz de vencer sua força interior? Bem, claro que sim, se você é uma pessoa que se julga feliz. Mas a felicidade é mesmo um estado de espírito? SER feliz e ESTAR feliz são a mesma coisa?
Se seu brilho é forte demais, se sua força interna é, segundo você, capaz de vencer tudo, saiba que pode estar errado. Essa força precisa de energia para existir, e essa energia pode acabar um dia. Não, ela não é infinita. Seria em um mundo perfeito, que, felizmente (para a graça de viver superando-se) não existe. E quando essa energia começa a se extinguir, quando sua força interior não for mais tão forte assim, o mundo começará a te pressionar. A realidade lá fora tentará colapsar sua mente.
Aí começa a fase mais crítica de seu entendimento existencial. Enquanto seu interior se revira e solidifica-se em um caloroso turbilhão de reações, as coisas à sua volta parecem se afastar de você. Você vê partes de você mesmo indo embora, enquanto luta para evitar que seu fogo interior acabe te traindo e queimando por dentro o seu coração. Sua luta para vencer a pressão que te sufoca torna-se cada vez mais fascinante, embora tenebrosa.
Você já teve a sensação de que seu brilho pouco importa? De que a única coisa que quer é continuar existindo, brilhante ou não. Você não quer mais ser belo aos olhos dos outros, apenas SER. Ironicamente, o que parecia ser seu propósito de vida passa a ser irrelevante, embora ainda faça parte de você. Nesse momento você entende a finalidade da existência, mas não se conforma com ela: você entende que não tem uma missão na vida, mas sim que existem incontáveis missões para que possamos escolher. E é a indecisão da escolha que te confunde.
De repente, sua luta chega a um estado crítico: suportar não é mais uma opção. Você sente que deve empurrar o mundo para fora, ou ele é quem vai te apertar cada vez mais. Você explode. Tenta alcançar tudo o que “perdeu”, tudo o que se afastou de você. Faz isso com tanto desespero que as coisas se misturam e tudo se torna mais confuso ainda. Quando se dá conta, você não passa de poeira.
A vida é assim mesmo. Todos nós passamos por momentos assim. Uns sofrem pressões maiores que outros, mas em essência, é a mesma coisa. Mas a diferença não está em como explodimos, mas sim no que nos tornamos após a explosão. E para nos tornarmos novamente alguma coisa, é preciso entender que esse momento não é uma questão de SER poeira. É uma questão de ESTAR poeira.
Tente aproveitar  tempo em que sua existência é formada por grãos espalhados por todos os lados. Você deixa de ser um grande receptáculo de sentimentos, mas passa a sentir o mundo com cada pedacinho de si mesmo. Você não brilha, mas entende o brilho que vem de fora. E uma hora a poeira há de se juntar. Sem pressão, sem forças te empurrando e puxando ferozmente de todos os lados. Você vai voltar a brilhar. E tudo o que se passou ficará guardado na sua mente. Quando sua vida entra em colapso e você explode, uma nova estrela pode se formar dentro de seu coração. Basta deixar que a poeira se junte, e não ter medo de que seu brilho seja diferente desta vez.

Texto dedicado a todas as pessoas que fazem parte da minha vida, mesmo aquelas que se fazem próximas quando distantes, ou distantes quando estão próximas. E uma dedicação especial à minha amiga Dalila, que me ajudou a entender que não corremos atrás da felicidade absoluta. Não é uma questão de SER feliz. É uma questão de ESTAR feliz.