Estudar. Esta palavra define uma gama de objetivos humanos, em diversos aspectos. Toda análise que se faz de algo, mesmo que simples, pode ser chamada de estudo. Digamos que é uma espécie de “instinto cultural” sem o qual não sobrevivemos, ou o fazemos com certa dificuldade. Mas a palavra estudar é usualmente empregada no sentido escolar. Na sociedade atual, qualquer país razoavelmente avançado busca (ou pelo menos deveria buscar) fornecer educação aos cidadãos desde sua infância. Não a educação familiar, parametrizada por bons costumes e conduta, mas sim uma educação formal, uma transmissão de informações necessárias para uma formação básica e profissional do indivíduo. E o que o indivíduo faz com isso? Bem, a maioria trata isso como fardo, como algo desagradável e anseiam por tratar isto que é um direito, como um dever – uma obrigação. Mas fique claro que a culpa disto tudo não é só deles, e direi por quê.
O primeiro dia de aula é certamente um dia marcante na vida de qualquer criança. É neste dia que ela terá suas primeiras impressões, e por isso é primordial que os educadores responsáveis saibam ser bem receptivos. Isso hoje em dia tem sido amplamente trabalhado e discutido no meio pedagógico. Mas há um problema: a preparação da criança ANTES de ingressar na escola. Pais prestem atenção: se permitirem que seus filhos partam para o primeiro dia de aula com uma opinião errada sobre estudar, talvez seja difícil reverter esta situação.
É comum a criança ouvir do irmão mais velho, ou dos primos, ou mesmo de alguns amiguinhos que “estudar é chato”. Nessas horas, os pais devem intervir. Digo isso porque a maioria apenas dá uma risadinha, dizendo “ah, deixa ele, é coisa de criança, quando for pra escola ele vai gostar”. Aí é que mora o perigo: ele NÃO vai gostar. Crianças são facilmente sugestionáveis, e tendem a se inclinar para a visão mais pessimista. Uma prova disso é o fato de sempre terem medo de bicho papão, mesmo quando os pais insistem em dizer que não existe. Então, sempre que alguém tentar induzir seu filho a ter uma visão negativa sobre os estudos, seja enérgico e, em contrapartida, mostre a ele que a situação é exatamente oposta.
Desde cedo, tente mostrar a seus filhos o quão divertido pode ser o ato de estudar. Ajude-o a fazer seus deveres de casa ao invés de reclamar por estarem sujando seu tapete com o giz de cera. Mostre a eles que você se diverte aprendendo coisas novas, e a tendência é que eles façam o mesmo. Parte do conceito de “chato e legal” é puramente relativo, e baseia-se nas primeiras impressões e naquilo que induzimos as crianças a pensarem.
Este texto na verdade é um pequeno alerta para evitar que seus filhos se tornem, digamos... populares na escola e fracassados na vida. Digo populares no sentido de que para muitos jovens essa é a maior conquista da juventude, e os conhecimentos adquiridos acabam sendo desprezados. Aliás, é justamente sobre isso que falarei em um próximo texto. Por hora, fiquem de olho e não deixem suas crianças tornarem-se sofofóbicas.
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